quarta-feira, 8 de agosto de 2012

O "país do futebol" apontando o dedo


Tudo que eu desejo é viver em um país onde todos possam ter as mesmas oportunidades. Ou, nem tanto as mesmas, por que realmente é uma utopia até para os países de primeiro mundo, mas desejo um equilíbrio, mais condições similares de trabalho e apoio, educação. Saúde.
Digo isso por que esses últimos dias li coisas que me afetaram emocionalmente em vários níveis e em várias etapas.
Primeiro achei que era uma brincadeira, depois vi que eram comentários mais sinceros e isso me preocupou. Expus minha visão e recebi em troca um link para a coluna do Juca Kfouri. A leve preocupação se transformou em incredulidade e depois em raiva. E essa perdurou por vários minutos.
Escrevi vários textos furiosos, xingando, dizendo tudo que vinha à mente, mas nenhum deles me agradou o suficiente para publicar no meu blog. Por que será?
Um dia eu li: “agressividade sem raiva”. A emoção descontrolada gera perda do controle sobre a racionalidade, o foco, o objetivo. Eu fiquei sem foco. Agora, devidamente centrado, desejo expor minhas frustrações e idéias de maneira coerente.
Esse texto sarcástico do senhor Juca K fazia claramente referência à atleta Fabiana Murer e sua falha na prova eliminatória do salto com vara e o outro comentário que me levou a ler a coluna do Juca, foi sobre o Cielo. Não gostei do que li. Não acho justo esse tipo de pronunciamento, mas todos temos o direito de nos expressarmos certo? Só não ache que você vai falar o que passa em sua mente e não vai ouvir respostas adversas! Eu não tenho essa pretensão.
Acredito piamente que “apoio” é estar sempre (não somente nos dias Olímpicos e os outros anos só se falar de futebol) ao lado de quem escolhemos, não importa o que aconteça. O texto e o comentário que li são uma demonstração de como algumas pessoas ainda tendem a se comportar de maneira negativa diante de situações complicadas. Apoiar nossos ídolos na derrota e na frustração é, talvez, até mais importante do que quando estão ganhando. Dividir a glória é muito fácil, mas assumir uma derrota é, pelo que vejo, praticamente impossível.
O técnico da seleção brasileira de vôlei, Bernardinho, escreveu em um livro:

“O sucesso tem muitos pais, mas o fracasso é quase órfão.”

Apoiar nos momentos difíceis é o que cria o verdadeiro vínculo entre as pessoas, não estamos mais na época de sermos estúpidos e autoritários diante de erros, precisamos construir e não aumentarmos o caos.
E gostaria de ver menos atenção para futebol e mais para os outros esportes.
Eu realmente não preciso saber qual a cor da cueca da sorte do atacante do time da 3ª divisão do campeonato do interior de Roraima, tão pouco qual foi o novo par de brincos que um outro comprou, muito menos ficar elegendo qual é a melhor comemoração de gol...
Quero ver apoio, transmissões e reportagens decentes sobre natação, vôlei, tênis, atletismo, judô, luta Greco-romana, arco e flecha, squash, ciclismo, levantamento de peso, handball, basquete e tantos outros que se beneficiariam muito de mais atenção.
Eu acredito em apoio sincero.
Eu NÃO acredito mais em broncas descabidas, atitudes humilhantes e textos sarcásticos.
Acredito nos atletas brasileiros a todo o momento, mesmo que eles percam.



Sou fã incondicional do Cielo e da Murer por que eles são, sim, vencedores! Chegaram onde chegaram mesmo vivendo num país cheio de gente que não liga a mínima.



Um comentário:

  1. Coberto de razão. Completamente. Só queria que o panaca do JK tbm lesse e enfiasse a carapuça, se as orelhas deixarem.

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