Metamorfose
Ainda não achei uma tirinha da Mafalda que represente bem
Plutão e sua energia astrológica, mesmo por que, sua presença no mapa astral
natal ou nos mapas de previsão, não tem a menor graça.
Plutão é, de todos as influências de um mapa, o mais
profundo e potente transformador do ser humano. Suas passagens são tão intensas
que mudam a maneira de vermos determinadas situações para sempre.
Num mapa natal, Plutão mostra qual área da vida queremos ter
total e absoluto controle seja ela dinheiro, profissão, família, sexo,
conhecimento, etc. Onde quer que ele apareça, a necessidade de dominar as
situações em questão se torna tão importante que chega a ser visto como uma
questão de vida ou morte.
A intensidade é tamanha que Plutão tem como uma das características
negativas, a obsessão.
Essa busca por controle garante a Plutão a determinação e
resistência que nenhum outro planeta oferece. Essa resistência é uma faca de
dois gumes, pois é capaz, sim, de alcançar qualquer objetivo que lhe interesse,
mas o custo disso é sempre muito penoso. Abrir mão da conquista não faz parte
do idealismo de Plutão mesmo que o objetivo já não faça mais muito sentido. Se
torna uma questão de honra.
Somos capazes de agüentar cada vez mais a pressão, porém
isso um dia se torna tão intenso e doloroso que será preciso reavaliarmos
nossas convicções e o que estamos fazendo com elas. Plutão, além de ser o mais
determinado e apegado planeta, é também capaz de fazer as grandes transformações.
Ele nos faz segurar idéias, pessoas ou bens materiais tão intensamente que
deixa nossa vida ligada a eles, mas hora ou outra nós vamos perder o que temos
e aí, nesse momento, é que Plutão mostra sua verdadeira face retirando tudo o
que temos certeza, nos deixando destruídos.
Plutão está relacionado com o mito da Phoenix. Para quem não
conhece, a Phoenix é uma ave mítica que é imortal. Diz a lenda que ela vive
anos sem fim e, quando morre, pega fogo e deixa somente cinzas. Dessas
cinzas ela renasce totalmente revigorada, exuberante e poderosa. Bonito né?
Tirando o fato de que a Phoenix só vive tanto tempo por que não é capaz de
abrir mão de sua própria existência, mesmo estando ela totalmente atrofiada e
desgastada que viver dessa maneira não lhe traz nada além do sofrimento do
apego que tem pelo passado, o mito é bonito sim.
Isso representa muito bem o que Plutão é em nossas vidas:
força suficiente para sermos o que quisermos, mas precisamos ter o bom senso de
perceber e abrir mão das coisas quando já não fizerem mais bem para nós. Abrir
mão não é uma possibilidade que agrada Plutão, mesmo ele sabendo que não há
outra maneira de seguir adiante.
Como eu gosto de colocar imagens em todos os meus posts,
seguem duas figuras que representam bem Plutão:
Plutão se faz de poderoso por fora, mete medo e afasta... por
dentro é frágil, cheio de traumas e tem medo de se expor.
Os trânsitos de Plutão são muito longos, cerca de 5 anos. Isso
faz com que ele não aja de maneira aguda. As pessoas não mudam de uma hora para
outra, transformações são processos lentos... doloridos... Mas quando passam,
trazem, do meio das cinzas de nossa antiga vida, uma nova realidade exuberante
confiança e determinação.